Azul

Violeta está com quatro anos de idade no momento em que sua família ganha um novo membro: um menino chamado Azul. Rapidamente a curiosidade em relação ao bebê é substituída pelo ciúme:

- Azul nem é nome, é cor.

- Violeta também é uma cor.

- Mas Violeta também é uma flor.

A menina passa seus dias bolando estratégias para afastar o irmão da família, coisas como enviar o bebê pelo correio direto pra casa da avó ou ligar para a maternidade dizendo que os pais gostariam de devolver a criança que lhes foi entregue.

O tempo passa, as crianças crescem e descobre-se que Azul está no espectro autista: a família precisa desenvolver novas habilidades de comunicação e aprender que o tempo é um só, mas a maneira como ele é percebido por cada pessoa é diferente. E na peça o Tempo é um personagem físico, que interage com Azul e Violeta:

- Se você me encontrasse num avião, o que você diria?

- Que o Tempo voa.

O Tempo proporciona uma das cenas mais bonitas da peça: a Violeta do presente (oito anos? nove?) se reencontra com a menina que foi aos quatro e, ao ouvir suas próprias opiniões sobre o irmãozinho no passado, ela percebe o quanto seus sentimentos mudaram.

Outro ponto forte do espetáculo é a diversidade musical: Violeta é apaixonada pelo carnaval e suas marchinhas, mas também gosta de blues e toca música clássica em seu piano. Ela fica encantada ao perceber que sua comunicação mais profunda com o irmão acontece quando ela toca a valsa Danúbio Azul.

"Azul" é um peça da Artesanal Cia. de Teatro, companhia carioca fundada em 1995 e que se tornou referência no teatro de animação (bonecos, sombras e máscaras) graças à qualidade dos seus (até o momento) 15 espetáculos autorais.

Em São Paulo, "Azul" estreou no CCBB, passou pelo SESC Belenzinho e retornou especialmente para a Mostra 2024 Em Cena, promovida pela prefeitura nos teatros municipais. Ela pode ser assistida gratuitamente no Teatro Alfredo Mesquita.

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Assistida em 14 de dezembro de 2024 no Teatro Municipal Alfredo Mesquita.